domingo, 5 de agosto de 2007

Che, Garibaldi e Jânio Quadros

Um dos maiores sintomas da miserabilidade da humanidade é o mito de Che Guevara. O argentino é o herói de gerações e mais gerações de jovens. Eu nunca apreciei a figura de Che e explico as minhas razões aqui.

Antes da tomada do poder em Cuba, conta-se que Che era um déspota com seus companheiros de guerrilha matando dissidentes e suspeitos da traição mesmo sem provas, porém não é disso que vamos falar. Quando chegou ao poder, Guevara foi nomeado, por Fidel Castro, para cuidar da prisão de La Cabana. Nessa época comandou execuções sumárias em massa, o número da mortandade é divergente. Especula-se de 400 a 2000 execuções nos primeiros meses da tomada do poder. Evidentemente, Che merecia mais que cuidar de uma prisão, dessa forma Fidel deu-lhe a presidência do Banco Nacional de Cuba. O barbudo com boina arruinou o banco e a economia cubana.

O comunista guerrilheiro ajudou Fidel a implantar uma ditadura que está perto de seus 50 anos contando com fuzilamentos, repressão e todos os tipos de agressões contra aquilo que a civilização construiu. Os efeitos do totalitarismo fidelista são sentidos em Cuba e fora dela, com um sem-número de cubanos que fugiram da ilha e trabalham em subempregos nos EUA. Mas não é do fracasso cubano que estamos a falar, esse é assunto para outro artigo.

Pois bem, esse é o legado de Che Guevara que hoje é o ídolo dessa nossa juventude comunista antiamericana que se renova, e, entretanto, não entende a evolução social dos povos. Alguns dirão que os atos de Che se justificam pelos fins etc. etc. Balela! Se fossemos falar em termos jurídicos, enquadraríamos os atos de Che na lei do genocídio.

O relato de Armando Valladares, preso por se recusar a pôr um slogan de Fidel Castro na mesa do banco onde trabalhava, contou em um recente artigo o tratamento dado aos não-comunistas: “Na prisão, quando os guardas sentiam ganas de nos castigar, eles nos colocavam em gaiolas e andavam em volta atirando baldes de urina e excrementos para dentro, até que ficássemos encharcados. Também costumavam praticar tiro ao alvo nos prisioneiros”.

Valladares sobreviveu durante 22 anos na prisão de Fidel e posteriormente libertado foi nomeado embaixador dos Estados Unidos na Comissão de Direitos Humanos da ONU.

Durante esse período penas eram impostas sem defesa e os juízes eram membros do partido assim as sentenças eram dadas sem o devido processo legal ou o direito do contraditório. A orfandade e a viuvez eram multiplicadas por Fidel e seu soldadinho Che Guevara.

Chega de falar sobre liberticidas passemos a falar sobre um libertário: Giuseppe Garibaldi. Quando o futuro marido de Anita tentava chegar ao Rio Grande do Sul para lutar ao lado dos gaúchos foi capturado na cidade de Gualeguay, na Argentina. Depois de uma tentativa de fuga foi torturado de uma das maneiras mais sádicas possíveis por Leonardo Milan, governador da cidade.

Uma década depois, Garibaldi lutando pela liberdade do Uruguai veio a fazer de Leonardo Milan seu prisioneiro. O carbonário italiano nada mais fez do que libertar Milan sem nenhum tipo de humilhação.

Essa é a diferença entre um herói e um bandido. Garibaldi só matava no campo de batalha e sempre por causas nobres. Guevara matava por gosto aqueles que ousavam discordar dele. É dele a seguinte assertiva: “O revolucionário deve ser uma fria e seletiva máquina de matar” Aliás, os feitos de Garibaldi são de uma dimensão que Che e sua meninada nunca irão entender.

Não é de hoje que Che desperta a simpatia dos brasileiros. Jânio Quadros, quando presidente, condecorou Guevara com a Grã Cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Todos nós sabemos que Jânio Quadros foi o político mais confuso da história brasileira tendo renunciado à presidência com apenas nove meses de governo. Os admirados de Che são como Jânio Quadros: confusos!

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