segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Testando um novo template... deve ficar provisório. Quem sabe não rola um template próprio, de uma vez por todas.


É legal quando uma banda consegue dar para cada álbum uma cara diferente, até uma personalidade. Os californianos do Fu Manchu conseguiram, ao longo de mais de dez anos de carreira, fazer com que seus discos soassem cada um de um jeito, embora sempre seguissem a mesma pegada e peso do stoner. Foi assim desde o "desértico" In Search Of... (1996), passando pelo "noturno" King Of The Road (2000), pelo "praiano" California Crossing (2001), e assim vai.

No meio dessa história, a gravadora Man's Ruin cata o single Godzilla (1998) e junta com mais cinco músicas para montar um EP, em 1999. O resultado foi o Eatin' Dust, um álbum com outra cara, inédita no Fu Manchu, unindo a influência do heavy metal dos anos 70 - já presente na banda - com um tom de garage rock, formando um som cru, pesado e sem frescuras. Brant Bjork mais barulhento que nunca (no bom sentido) na bateria, o excelente Scott Hill sempre bem nos vocais, Bob Balch cuspindo bons riffs, o que já é de costume, além da boa base do baixista Brad Davis, fazem essa idéia tornar-se realidade. E muito bem.

O clima um tanto sombrio da faixa de abertura, Godzilla, um remake de uma antiga música do Blue Oyster Cult, chega a lembrar Black Sabbath, ou seja, os caras transformaram pop rock em um belo e psicodélico heavy metal. Em Mongoose, a melhor do disco, não tem como não balançar a cabeça e se empolgar no "air drumming". E como em qualquer álbum de stoner o que interessa é riff e pegada, as pesadíssimas Eatin' Dust e Shift Kicker e a alucinante Pigeon Toe não ficam devendo.

Altamente recomendado. Dê uma passada no Servidor do Nope, e baixe. E se for ouvir o disco enquanto dirige, cuidado pra não se empolgar e exagerar no pedal da direita.

Esse negócio de férias + calor infernal dá uma preguiça desgraçada, não é possível. Por conta disso, vou ficar devendo um post especial bem feito sobre o melhor do ano em várias áreas votados por vários nopeiros. Fora que quase ninguém me mandou suas listas, mas enfim.

Por enquanto, fiquem com o link pro blog Trabalho Sujo, do jornalista Alexandre Matias. Textos inteligentíssimos, geralmente sobre a atual conjuntura da música, sem ser chatonildo. Imperdível, no mínimo.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007



Não é preciso sucesso para uma banda deixar seu legado. Os californianos do Kyuss são um belo exemplo disso. Com o fim do grupo em 1997, seus antigos membros trataram de iniciar outros projetos, formando uma verdadeira "árvore" de bandas: o baterista Brant Bjork põe na cena o Fu Manchu, o baixista Nick Oliveri e o guitarrista Josh Homme se juntam no Queens of the Stone Age e o vocalista John Garcia forma o Slo Burn. Cada uma de um jeito diferente, todas talvez melhores que a origem.

Garcia, um ano depois, daria fim ao Slo Burn e se juntaria ao guitarrista Arthur Seay, o baixista Dave Dinsmore e o baterista Mike Cancino para formar o Unida. Apesar da curta existência - durou apenas um ano - a banda deixou para o mundo essa beleza de disco que é o Coping With The Urban Coyote, único do grupo, o melhor álbum que baixei em 2006.

Lançado em 1999, o disco segue o estilo stoner, curto e grosso, pra quem gosta de ouvir o som no talo e sair com os ouvidos zunindo. Thorn e Plastic são perfeitas para isso, além de If Only Two, a melhor do disco, petardo onde Garcia rasga a voz sobre um riff de guitarra sujo e pesado, uma combinação que não tem como descrever. E não pára por aí: é possível encontrar um pouco de punk, como em Dwarf It, com uma pegada mais rápida, e até lembrar algo de AC/DC, em Human Tornado. Enfim, esse disco é quase obrigação ir aqui e baixar.

Add to Technorati Favorites