sábado, 16 de setembro de 2006

Com um pouco de atraso, mas tá valendo. Aqui vai uma resenhinha mais ou menos do (que eu vi do) Campari Rock versão Floripa. O foda vai ser achar umas fotos legais, mas quem quiser pode dar uma olhada no TôPuto. Vamos ver se ainda me lembro do que pretendia escrever...

É bom frisar que eu cheguei tarde, então não vi o show da Samambaia e nem da Tijuqueira, e sinceramente acho que não perdi muita coisa. Peguei o curto show da Dellamarck, a.k.a. os caras que sobraram da B-Driver. Pois o som é isso mesmo, não muda muita coisa. Aquela coisa. Mas faz muito mais sentido que as outras duas bandas pra abrir um show desse naipe.

Ah, mas o melhor estava por vir. O show do Gang Of Four foi pra lavar a alma. Há muito tempo eu tava pra ver um showzão de rock indie mesmo, e foi exatamente o que os tios ingleses trouxeram. Como se suspeitava, o infelizmente curto setlist foi composto de músicas do álbum mais recente deles, Return The Gift, do ano passado, que consiste em regravações das mais crássicas da própria carreira deles. E de lá vieram pauladas sonoras incrivelmente pesadas como Damaged Goods, Not Great Men, He'd Send The Army (na qual rolou inclusive uma sensacional percussão à base de pauladas num microondas pelo vocalista Jon King), At Home He's A Tourist, To Hell With Poverty (infelizmente sem todo o peso que eu achava que teria, mas enfim). E por falar no vocalista, o cara agitava muito. Pulava, trocava de microfone o tempo inteiro, e ainda interagia com o baixista meio punk-rocker Dave Allen e com o guitarrista Andy Gill, um cara cool até não poder mais. Fez pose, fez muita e ótima microfonia para os ouvidos afoitos dos espectadores, e ainda jogou a guitarra fora em algum momento. E ainda tinha o baterista Hugo Burnham, um gordinho legal que mal cabia na própria bateria. Enfim, foi um show, na falta de um clichê pior, inesquecível.

É aquela coisa: o Gang Of Four influenciou uma cacetada de gente (de Pixies e Nirvana até chegar em Franz Ferdinand), é clássica, mas infelizmente nem todo mundo conhece. Já o show do Cardigans foi obviamente diferente: a maioria das pessoas que estavam no Ilha do Cascaes naquele momento estavam era esperando por eles. Ou por um momento em especial do show.

Tanto é que não foi difícil pra banda fazer o público se empolgar, logo na entrada deles todo mundo já tava batendo palma. Nina Persson e sua trupe estavam com o público na mão, definitivamente. Era só se jogar. E foi mais ou menos isso mesmo que rolou. Como se não bastasse todo mundo de olho na vocalista, que não só cantava como brincava com a platéia e tocava gaita de boca, ainda tinha o baterista com uma mascarazinha de carnaval a là Mulher Gato, o guitarrista com uma roupa estranha e o divertido baixista. E, claro as músicas, num setlist que tinha uma progressão óbvia mas muito interessante, indo da mais lentinha até a mais pesada. Desnecessário dizer que o momento especial que todo mundo esperava foi Lovefool, seguida da ótima Godspell, mas a galera cantou em coro também em várias outras como I Need Some Wine And You Need To Be Nicer, Don't Blame Your Dughter, Rise And Shine, Erase/Rewind... e, antes do bis, fechou com My Favourite Game e seu riff grudento. Foi um show deveras interessante, à altura do esperado. Boa banda, bom show, boa interação, bom buraco no palco (sim, lá pro final rolou isso. "We rock so hard that we made a hole in the stage", foi mais ou menos o que a Persson falou).

Apesar do som meio problemático, problema muito bem frisado pelo faixa Thiago Fukahori, e do local estranho escolhido pra fazer o show, valeu sim a pena. E que venha o Tim Festival, eu espero! E espero que também com um post melhor que esse.

(Mas que o show do Gang of Four foi UM TANTO melhor que o do Cardigans, ah foi!)

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