É legal quando uma banda consegue dar para cada álbum uma cara diferente, até uma personalidade. Os californianos do Fu Manchu conseguiram, ao longo de mais de dez anos de carreira, fazer com que seus discos soassem cada um de um jeito, embora sempre seguissem a mesma pegada e peso do stoner. Foi assim desde o "desértico" In Search Of... (1996), passando pelo "noturno" King Of The Road (2000), pelo "praiano" California Crossing (2001), e assim vai.
No meio dessa história, a gravadora Man's Ruin cata o single Godzilla (1998) e junta com mais cinco músicas para montar um EP, em 1999. O resultado foi o Eatin' Dust, um álbum com outra cara, inédita no Fu Manchu, unindo a influência do heavy metal dos anos 70 - já presente na banda - com um tom de garage rock, formando um som cru, pesado e sem frescuras. Brant Bjork mais barulhento que nunca (no bom sentido) na bateria, o excelente Scott Hill sempre bem nos vocais, Bob Balch cuspindo bons riffs, o que já é de costume, além da boa base do baixista Brad Davis, fazem essa idéia tornar-se realidade. E muito bem.
O clima um tanto sombrio da faixa de abertura, Godzilla, um remake de uma antiga música do Blue Oyster Cult, chega a lembrar Black Sabbath, ou seja, os caras transformaram pop rock em um belo e psicodélico heavy metal. Em Mongoose, a melhor do disco, não tem como não balançar a cabeça e se empolgar no "air drumming". E como em qualquer álbum de stoner o que interessa é riff e pegada, as pesadíssimas Eatin' Dust e Shift Kicker e a alucinante Pigeon Toe não ficam devendo.
Altamente recomendado. Dê uma passada no Servidor do Nope, e baixe. E se for ouvir o disco enquanto dirige, cuidado pra não se empolgar e exagerar no pedal da direita.
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
Postado por Saimon às 10:41 PM
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3 comentários:
Pô, Blue Öyster Cult não era pop rock...
a música, quando ouvi, parecia ser...
enfim, antes que me apontem armas, eu sei que Blue Oyster Cult era hard rock, ok?
hehe
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