Sujeito chega no "paiol" velho do pai, onde este guarda seu Maverick 74, empoeirado e aparentemente abandonado por falta de dinheiro pra reformar. Vestindo uma camiseta preta encardida de uma banda qualquer do anos 80, o sujeito se esforça para fazer o carro funcionar e o estaciona na frente de casa. No fundo da garagem, um cobertor velho protege uma bateria simples, sem muitas peças ou tons. Os amigos começam a chegar, trazendo no ombro os estojos de seus instumentos, comprados depois de meses de economia da mesada. Os amplificadores improvisados em caixas antigas de aparelhos toca-discos são ligados, causando muita microfonia.
O resultado vocês poderão ouvir logo aí embaixo...
O playlist é este logo abaixo. Dos anos 80 até a atualidade, passando por vários estilos, como indie, stoner e punk, nacional, americano e britânico.
* White Stripes - Dead Leaves and the Dirty Ground * Walverdes - Novos Adultos * Weezer - Tired of Sex * Fu Manchu - Shift Kicker * Mudhoney - You Got It * Libertines - Death on the Stairs * Slaughter & the Dogs - We Don't Care * Eagles of Death Metal - Miss Alissa * Arctic Monkeys - I Bet You Look Good on the Dancefloor * Unida - If Only Two * Exploited - Hitler's in the Charts Again * Hellacopters - I Wanna Touch * Adolescents - L.A. Girl * Queens of the Stone Age - How to Handle a Rope * Black Flag - Retired at 21 * Vibrators - Baby Baby * Kings of Leon - McFearless * Replicantes - Sandina
A propósito: eu nunca pensei que estaria vivo pra ver isso...
Eu tava meio receoso pra fazer esse post, mas vamos ver no que vai dar. Inluenciado por leituras em sites legais como o GameCultura e o GamePad, resolvi começar isso. Uma tentativa de analisezinha pseudo-teórica de um jogo de videogame.
O jogo em questão é o já clássico Kid Chameleon e a idéia é que ele é um jogo metalingüístico como poucos, e por conta disso um dos jogos mais inteligentes do Mega Drive (pelo menos "estruturalmente"). E possivelmente, de todos os tempos.
Isso por causa da idéia de processo. Ele é metalingüístico (ou seja, fala do próprio suporte: é um videogame sobre um videogame, como poderia ser um filme sobre um filme, etc) não só devido à história, essa aí que aparece na apresentação do jogo...
... na qual tu joga com um jogador de videogame, joga um jogo dentro de um jogo. Ele é metalingüístico principalmente por conta da estrutura dele: o jogo é gigante pra um jogo de Mega, e é realmente complicado de se terminar. Ou pelo menos era, na época em que eu jogava no console. O jogo não só é enorme, como te impossibilita de salvar os progressos e não tem lá muitos continues e vidas. Tem que ser jogado ali, na raça, até chegar no chefão, Plethora.
Ah, mas aí tu chega no Plethora. Consegue matar ele, talvez usando o capacete da mosquinha, a manha mais famosa pra detonar o bicho. E quando espera ver um final demorado, cheio dos efeitos, recebe apenas uma animaçãozinha até meio tosca e uma mensagem de congratulações. E esse é o final dele. E aí sobra aquela indignação. "Mas por quê, meu Deus? Por quê?!"
Por quê o final não importa. O que importa é o processo, a jornada, e não o objetivo, a chegada. É o dito processo. O meio, não o fim. Ou seja, o que importa é o jogo em si. Por que, como já dito, é um jogo sobre um jogo.
Fora isso, o jogo é, ainda que de forma meio escondida, baseado numa estrutura de "mundos", como Mario, Donkey Kong Counry e mesmo Sonic. Sabe como é: primeiro vem o mundo da selva, depois vem o mundo do gelo, depois vem a floresta densa, depois a caverna... o velho clichê. No Kid Chameleon ele também existe, só que todo fora de ordem: as duas primeiras fases são numa floresta, depois vem aquelas cavernas, aí lá pelas tantas aparecem fases de gelo, na cidade grande... nesse sentido, é quase como se o nosso querido jogo fosse também um jogo sobre outros jogos de aventura, gênero ao qual ele pertence.
O "mundo" da praia...
... e o "mundo" das ilhas voadoras bizarras.
E sendo um jogo que se entende como um jogo, ele leva essa idéia ao cerne: a jogabilidade é o mais importante do jogo, o desafio de jogar e descobrir os segredinhos. Logo, não importa nem um pouco quem é o personagem principal, uma vez que a figura nem tem nome (aparece numa das telas de apresentação o nome "Kevin", como se fosse uma lápide. Por mais instigante que seja, isso não "prova" nada), o que importa é usar as características de cada máscara e tentar as combinações em cada fase. É experimentar (ou experenciar) o jogo. É jogar.
Será que os criadores pensaram nisso tudo realmente? Não sei, mas também não importa, no fim das contas é só a opinião deles. De qualquer forma, chega de falatório: nesse link tu encontra a rom do jogo, e aqui tem uma lista de emuladores, procura por "Sega Genesis" que vai ter uns cinco à sua inteira disposição.
Deu.
(Eu até poderia puxar uma outra linha de raciocínio aqui e dizer que Kid Chameleon é também um jogo pós-moderno, uma vez que mostra um personagem principal sem identidade [ninguém sabe o que é nem o que faz direito, muito menos o nome dele] e quer ainda busca características em outros "eus" [no caso, cada uma das máscaras], mas aí já é outra história.)
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Podcast do Nope #1 - Funky Groove
Bom, frequência de postagens não tem sido a característica do Blog... mas exatamente por isso vamos criar um motivo pra atualizá-lo. E é por isso que agora temos os Podcasts do Nope!
A princípio, serão podcasts musicais, mas outras áudio-loucuras (hmmm, péssimo) devem vir por aí. Aguardem e confiem. Pra começar, este que vos escreve traz uma seleção de 74 minutos só com grooves de primeira: tem soul, funk anos 70, rap old school e um dedo de música eletrônica, tudo mantendo a ginga. Então te prepara pra balançar a pélvis com Funky Groove:
(É bom frisar: clicai no nome do podcast e ide à página dele. Ali dá pra baixar ele, também)
Pela ordem, senhor presidente:
* Cyrill Neville - Tell Me What's on Your Mind * Ann Alford - Gotta Get Me a Job * Jurassic 5 - Influence * Lo-Fidelity Allstars - Battle Flag * Beastie Boys - Sure Shot * DJ Shadow - The Number Song * Stetsasonic - Miami Bass * David Holmes - Don't Rhyme No Mo * Freestyle Fellowship - Danger * Black Rio - União Black * James Knight And the Butlers - Save Me * Public Enemy - Party For Your Right to Fight * Sly And the Family Stone - Stand! * Chuck Carbo - Can I Be Your Squeeze * Helene Smith - You Got to Be a Man * Lou Courtney - Hey Joyce * The Wiseguys - Start the Commotion * The Winstons - Amen Brother * Joseph Henry - Who's The King * Lee Dorsey - Who's Gonna Help Brother Get Further * Chemical Brothers - Dig Your Own Hole